Lira alfineta ministro e cobra Lula “mais radical” na punição de aliados

Em entrevista, o deputado negou qualquer ligação com irregularidades na compra de kits de robótica em Alagoas reveladas pela PF

O deputado falou sobre a relação entre Executivo e Legislativo | Sergio Lima/AFP
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O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), abordou a articulação política do governo Lula (PT) no Congresso Nacional em entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura. Lira elogiou a melhora na relação entre Executivo e Legislativo desde o início do ano, mas apontou que o cargo de ministro da Secretaria de Relações Institucionais, ocupado atualmente por Alexandre Padilha (PT), tem uma alta rotatividade.

Segundo Lira, Padilha enfrentou dificuldades devido ao que ele chamou de "loteamento de ministérios" na formação da Esplanada de Lula, o que resultou em algumas dificuldades para cumprir as promessas feitas aos parlamentares. O presidente da Câmara sugeriu que Lula fosse “mais radical” e afastasse ministros que não cumprissem as decisões tomadas pelo núcleo político do governo.

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Além disso, Lira fez críticas veladas ao ministro Carlos Fávaro (Agricultura), sem mencioná-lo diretamente, em relação à distribuição de recursos aos estados. Ele questionou a destinação de recursos a estados de ministros do governo e defendeu uma maior capilaridade dos parlamentares na definição do orçamento.

Denúncias contra o deputado

Sobre o tema da censura, Lira afirmou ser contra qualquer forma de censura à imprensa e explicou que acionou a Justiça para se defender de acusações antigas de sua ex-mulher. Ele destacou que já foi inocentado dessas acusações e que não quer que elas prejudiquem sua imagem novamente.

O presidente da Câmara negou qualquer ligação com irregularidades na compra de kits de robótica em Alagoas e afirmou que não pode ser responsabilizado pelas ações de seus aliados. Ele mencionou seu amigo Luciano Cavalcante, alvo de mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF) em junho, mas enfatizou que não pode assumir a responsabilidade por ações de outras pessoas.

Lira também defendeu a atuação do seu partido, o PP, no governo e afirmou que sempre entregou mais votos do que outros partidos quando esteve na base governista. Ele abordou as investigações sobre os desvios em contratos do kit robótica, criticando a divulgação de informações das investigações na imprensa e ressaltando que a liminar do ministro Gilmar Mendes suspendeu a investigação temporariamente.

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