O partido Republicanos está prestes a oficializar seu ingresso no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o objetivo imediato de fortalecer sua base no Congresso. No entanto, essa movimentação também é vista como o início de uma articulação alternativa para a sucessão do comando da Câmara em 2025, contrapondo-se ao candidato apoiado pelo atual presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). O presidente do partido, Marcos Pereira, que já articula sua candidatura, pode se tornar um contraponto ao candidato Elmar Nascimento (União Brasil).
Embora seja cogitada a possibilidade de Lula apoiar Nascimento, há setores no Palácio do Planalto que veem em Marcos Pereira um político mais previsível. A aproximação do governo com Pereira também pode ajudar a estabelecer um diálogo com o segmento evangélico, que tem maior identificação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Republicanos tem uma ala radical que apoia o ex-mandatário, mas Pereira é visto pelo governo como uma alternativa para a presidência da Câmara.
O partido está se preparando para ter postos de comando na Esplanada dos Ministérios, com os deputados André Fufuca (PP-MA) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) sendo efetivados como ministros. As posições que cada um ocupará serão definidas após uma reunião entre Lula e Lira.
Enquanto isso, o PSD também está se movimentando para garantir espaços de protagonismo nos dois últimos anos da legislatura atual. O partido já sinalizou a legendas aliadas que não aceitará ficar à margem das negociações para a sucessão de Lira. O líder do PSD, Antonio Brito (BA), é apontado como um potencial postulante à presidência da Câmara em 2025. O partido também considera apoiar o retorno de Davi Alcolumbre (União-AP) ao comando do Senado, o que faria parte das articulações para a sucessão nas duas Casas do Legislativo.
Nesse cenário, Alcolumbre é visto como uma peça central nas negociações, e o MDB também está tentando atrair o senador para suas fileiras visando à sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Apesar das movimentações em torno de Alcolumbre, o senador nunca demonstrou interesse em deixar o União Brasil, pois conta com fiéis aliados em diversas siglas e possui boa interlocução com o Palácio do Planalto.
Enquanto as negociações se desenrolam, Lira ainda não comentou publicamente sobre o assunto. O cenário político está em constante movimento, e o jogo de interesses e alianças pode moldar o futuro da sucessão na Câmara e no Senado nos próximos anos.
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