Por apoio a Lula, Lira garante apagar rastro de Bolsonaro na PEC reformista

Nas próximas semanas, o presidente da Câmara pretende iniciar uma força-tarefa para convencer o governo a apoiar a reforma administrativa

Reforma sem Bolsonaro | Cristiano Mariz
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O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), planeja aplicar uma estratégia similar à que utilizou para aprovar a reforma tributária em julho de 2023, desta vez para obter apoio do governo Lula à reforma administrativa. A principal tática adotada por Lira e seus aliados é a chamada "desbolsonorização" da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativa, ou seja, retirar qualquer influência ou marca do governo Jair Bolsonaro (PL) da proposta.

Nas próximas semanas, o presidente da Casa pretende iniciar uma força-tarefa para convencer o governo a apoiar a reforma. Ele se mostra disposto a apresentar uma nova versão da proposta, caso necessário. estratégia visa afastar o governo Bolsonaro do tema e permitir que Lira possa vender a reforma como uma iniciativa exclusiva do Congresso, assim como fez com a reforma tributária.

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A ideia não seria começar a tramitação do novo texto do zero. Ao invés disso, o plano é anexá-lo à PEC da reforma administrativa que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por uma comissão especial.

Para angariar apoio, Lira pretende escalonar parlamentares aliados para auxiliá-lo no diálogo com o governo. Um dos aliados envolvidos é o deputado Fernando Monteiro (PP-PE), que presidiu a comissão especial da reforma administrativa. Ele acredita que a PEC pode ser aprovada por meio do diálogo, buscando compreender as divergências e buscando a convergência entre as partes.

Após ter conseguido a aprovação da reforma tributária antes do recesso parlamentar, Lira deixou claro que sua prioridade na Câmara para o segundo semestre é a reforma administrativa. Com essa estratégia de "desbolsonorização", ele busca avançar com a proposta mesmo diante da resistência inicial do governo Lula.

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