A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República confirmou, na manhã desta terça-feira (5), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não estará presente na posse do ultraliberal Javier Milei como presidente da Argentina, agendada para o próximo domingo (10) em Buenos Aires. A representação brasileira no evento será conduzida pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, acompanhado por assessores.
O convite para a posse foi entregue ao governo brasileiro durante uma reunião em Brasília, realizada em 26 de novembro, entre Mauro Vieira e Diana Mondino, futura chanceler argentina já anunciada por Milei.
Embora a Argentina seja um parceiro comercial significativo para o Brasil na região, esta não será a primeira vez que um presidente brasileiro opta por não comparecer à posse de um líder argentino. Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou o vice-presidente Hamilton Mourão como representante do governo brasileiro.
Durante a campanha presidencial argentina, Milei fez críticas a Lula, rotulando-o como "corrupto" e prometendo romper relações com o Brasil e retirar a Argentina de organismos multilaterais defendidos pelo presidente brasileiro, como o Mercosul e o Brics.
Apoio ao candidato progressista
Diante desse contexto, membros do governo Lula passaram a expressar apoio a Sérgio Massa, ministro da Economia do governo Fernández e concorrente de Milei no segundo turno.
Indagado sobre o tema, Lula preferiu não comentar a eleição argentina, destacando que o povo argentino é soberano e enfatizando a importância da parceria entre Brasil e Argentina.
A Argentina mantém posição destacada como principal parceiro econômico do Brasil na América do Sul e como o principal parceiro comercial global do Brasil, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. As exportações brasileiras para a Argentina de janeiro a outubro deste ano atingiram US$ 14,9 bilhões, correspondendo a 5,3% do total das exportações brasileiras no período.
Em relação às posse anteriores na Argentina, o histórico inclui a ausência de presidentes brasileiros, como em 2019, quando Bolsonaro não compareceu à posse de Fernández, sendo representado por Hamilton Mourão. Em contraste, em 2015, Dilma Rousseff esteve presente na posse de Mauricio Macri. O histórico abrange diversas presenças e ausências desde a redemocratização do Brasil em 1989.
Para mais informações, acesse MeioNorte.com