O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da gravação de uma reunião ocorrida em julho de 2022, na qual o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e ministros discutiram estratégias antes das eleições daquele ano. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (9) e revela que, durante o encontro, Bolsonaro teria ordenado a disseminação de informações fraudulentas para tentar influenciar o resultado eleitoral e impedir uma eventual vitória do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A gravação, encontrada no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi um dos elementos que embasaram a Operação Tempus Veritatis. Cid firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF), acordo esse que já foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Trechos das declarações de Bolsonaro na referida reunião já haviam sido divulgados anteriormente por jornalistas, mas a decisão de Moraes de tornar a gravação pública ocorreu diante da divulgação parcial e editada dos trechos pela imprensa.
Operação deflagrada
Na operação Tempus Veritatis, deflagrada na quinta-feira (8), a PF investiga uma suposta organização criminosa envolvida em uma tentativa de golpe de Estado. Dentre os alvos, estão militares, ex-ministros e aliados de Bolsonaro. A investigação aponta que o grupo agia para disseminar notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, visando criar condições para invalidar a vitória de Lula nas eleições de 2022.
Os mandados de busca e apreensão atingiram diversas personalidades, como Valdemar Costa Neto (presidente do PL), Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), e outros militares e aliados do ex-presidente.
A divulgação da gravação da reunião, com as declarações de Bolsonaro, intensifica o cenário político no Brasil, trazendo à tona elementos que podem impactar ainda mais o contexto já tenso provocado pela operação.
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