Procurador-Geral admite que Lava Jato tem 'legado maldito' que ceifa vidas

Augusto Aras afirma que a operação destruiu vidas e reputações e defende institucionalização do MP

Augusto Aras ao lado de Lula (PT) | Fellipe Sampaio /SCO/STF
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O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, fez duras críticas à operação Lava Jato, descrevendo-a como tendo um "legado maldito" que resultou na destruição de vidas e reputações. Essa declaração foi feita por Aras em seu perfil no Twitter um dia após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular todas as provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht, agora chamada Novonor, que foram usadas em acusações e condenações.

Aras explicou que sua atuação em relação à Lava-Jato visou apenas institucionalizar e despersonalizar o Ministério Público (MP). Ele argumentou que agora a sociedade está vendo o verdadeiro "modus operandi" da operação, que, segundo ele, ceifou vidas, prejudicou a política, afetou a economia e desafiou a soberania nacional.

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Print da declaraçãoAlém disso, o procurador-geral observou que nos últimos quatro anos, o Brasil enfrentou um forte corporativismo, alimentado por notícias falsas divulgadas pela imprensa que, segundo ele, confundiram Justiça com vingança.

Aras enfatizou que o MP tem o dever de cumprir a Constituição, que, em sua opinião, foi desrespeitada por alguns membros ruidosos do sistema de Justiça.

O procurador-geral também se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto a pedido do senador Jaques Wagner, líder do Governo no Senado, que tem manifestado apoio à recondução de Aras. Apesar de negar uma campanha pela recondução, Aras recebeu elogios de aliados de Lula por sua atuação em relação à Lava Jato, o que pode pesar a seu favor.

No entanto, o vazamento de mensagens entre Aras e empresários, obtido pela Polícia Federal (PF), pode complicar sua posição. As mensagens mostram Aras chamando de "abuso" pedidos de investigação contra empresários bolsonaristas. A conversa incluiu garantias de que ele localizaria o processo que resultou em uma operação de busca e apreensão pela PF e quebra de sigilo bancário. Isso levou a PGR a entrar com um recurso no Supremo em setembro para rejeitar um pedido de senadores que buscavam a quebra do sigilo de supostas mensagens trocadas entre Aras e empresários investigados por falarem sobre um "golpe".

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