Uma semana após o ex-ministro do Meio Ambiente e, agora, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) reacender seus planos de concorrer à prefeitura de São Paulo, o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, esclareceu que a candidatura de Salles "nunca foi discutida no partido". Com Salles em busca de alternativas, a reviravolta ocorreu após uma reunião entre Valdemar, Jair Bolsonaro (PL) e o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, na sede do PL em Brasília, nesta quarta-feira (11).
Ficou acordado na reunião que Bolsonaro indicará o vice do prefeito Ricardo Nunes, do MDB, entre março e abril do próximo ano, conforme declarado por Wajngarten. O ex-secretário afirmou que Bolsonaro pediu a Valdemar para evitar especulações sobre nomes de vice e cobrou mais gestos ao bolsonarismo por parte do prefeito paulistano.
Valdemar não mencionou um "veto" à candidatura de Salles, mas negou a existência de qualquer projeto eleitoral discutido anteriormente.
"Nunca foi discutida a candidatura dele [Ricardo Salles] no partido", afirmou Valdemar.
Conselho de Bolsonaro
Antes da reunião com Valdemar e Wajngarten, Bolsonaro se encontrou com Salles para discutir a candidatura. Na conversa, participaram os deputados federais Mario Frias (PL-RJ), Ubiratan Sanderson (PL-RS) e Rodolfo Nogueira (PL-MS). Bolsonaro teria aconselhado Salles a não deixar o partido e tentaria construir uma solução para sua empreitada eleitoral junto a Valdemar, orientando-o a diminuir as críticas contra o presidente do PL.
Desde o naufrágio de sua pré-candidatura, Salles tem criticado Valdemar em diversas ocasiões. A reviravolta se deu após Salles receber sinal verde de Bolsonaro na semana passada para retomar o projeto eleitoral. Salles agora estuda três alternativas, incluindo negociação com Valdemar por meio de Bolsonaro para deixar o partido sem perder o mandato, encenação de expulsão para manter a vaga na Câmara e, em último caso, levar o caso à Justiça Eleitoral.
A reunião entre Valdemar e Bolsonaro aliviou o mal-estar entre Nunes e os apoiadores do ex-presidente. O prefeito de São Paulo, criticado por esconder o apoio de Bolsonaro na pré-campanha, tem buscado se aproximar mais do entorno do ex-presidente para minimizar as rusgas.
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