Valdemar esconde, mas PL tem rachadura entre pragmáticos e bolsonaristas

O partido não tem uma ideologia homogênea, e os deputados entram frequentemente em conflitos internos

Divisões internas no PL | REUTERS/Adriano Machado
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A votação da reforma tributária gerou uma discussão interna no Partido Liberal (PL), expondo a divisão de uma ala minoritária dentro da sigla. Embora a orientação da bancada tenha sido contrária à proposta, 20 deputados optaram por acompanhar o governo e votaram a favor do texto.

Esse desentendimento interno resultou na divulgação de uma carta pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, nesta terça-feira (11). O PL, que conta com a maior bancada na Câmara dos Deputados, possui um entendimento de existência de divisão entre um "PL bolsonarista" e um "PL pragmático", este último com menor representatividade na Casa e um perfil mais centralizado.

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As divergências internas foram debatidas em um grupo de mensagens, que chegou a ser bloqueado pelo líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes (RJ). As trocas de ofensas entre os deputados. Embora a possibilidade de enviar mensagens tenha sido retomada na segunda-feira (10), as discussões continuaram, levando ao desativamento do grupo novamente. As divergências se concentraram nos deputados Gustavo Gayer (GO) e Yury do Paredão (CE), sendo este último um dos que apoiaram a reforma tributária.

"A conversa foi acalorada, por isso o grupo foi suspenso novamente ontem à noite", afirmou Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

O deputado, que ocupa a segunda vice-presidência da Câmara, acredita que o PL está caminhando para deixar de ser um partido de centro e se tornar uma legenda de direita conservadora. Ele prevê que as possíveis diferenças refletem na janela partidária, quando os políticos podem trocar de partido. Os deputados esperam que os ânimos se acalmem durante o recesso parlamentar.

Nos estados, a ala pragmática possui força e controla a maioria dos diretórios, embora a configuração seja diferente no Congresso. Na visão dessa ala, a chegada de deputados apoiadores de Bolsonaro trouxe mais recursos e robustez ao partido, ou seja, votos.

Portanto, o grupo precisa ser "tolerado" nos próximos anos. Na mensagem divulgada, Costa Neto reafirma que o partido é de oposição e permanecerá unido em pautas conservadoras defendidas pela direita. Apesar de minimizar as divergências internas, o presidente do partido reconheceu que é natural ter divergências em algumas pautas específicas.

"Muitos parlamentares foram eleitos com o apoio de prefeitos e vereadores e precisam trazer benefícios para suas regiões e seu povo. Se, para isso, eles precisarem votar com o governo em pautas específicas, que o façam [...] Vamos continuar buscando o equilíbrio e entendendo as divergências, pois a força do nosso partido está nas pautas que nos unem", afirmou Valdemar.

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