O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao comentar neste domingo, 21 de maio, se havia ficado decepcionado pelo fato da reunião com o líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ter acontecido por incompatibilidade de agendas, foi irônico arrancando risos dos jornalistas presentes. "Acho que ele é que ficou desapontado", pontuou Zelensky após tentativa de reunião ser descartada.
Durante seu discurso no G7, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou a necessidade de reflexão sobre as catastróficas consequências dos conflitos e a urgência de ações multilaterais para evitar a ameaça de uma guerra nuclear. Lula alertou que o risco de um conflito nuclear está no nível mais alto desde a Guerra Fria.
Lembrando o cenário de Hiroshima, marco histórico que representa a devastação causada por armas nucleares, Lula ressaltou a importância de refletir sobre os perigos atuais. Ele destacou que os mecanismos multilaterais de prevenção e resolução de conflitos já não funcionam adequadamente, tornando necessária uma revisão da abordagem global para evitar conflitos e promover a paz.
O presidente enfatizou que as armas nucleares não são fonte de segurança, mas instrumentos de extermínio em massa que negam a humanidade e ameaçam a continuidade da vida na Terra. Ele enfatizou o engajamento do Brasil nas negociações do Tratado para a Proibição de Armas Nucleares, expressando a esperança de que o país possa ratificá-lo em breve.
Alinhado com os princípios da Carta das Nações Unidas, Lula condenou veementemente o uso da força como meio de resolver disputas e manifestou repúdio à violação da integridade territorial da Ucrânia. Ele salientou que o diálogo é essencial para alcançar soluções duradouras e que é necessário criar espaço para negociações.
O presidente também chamou a atenção para os desafios à paz e segurança que se estendem para além da Europa. Ele mencionou a necessidade de promover a paz entre israelenses e palestinos, armênios e azéris, cossovares e sérvios, bem como a busca pela paz no Iêmen, Síria, Líbia, Sudão e outros locais de conflito. Lula ressaltou que esses conflitos merecem a mesma mobilização internacional.
Quanto ao Haiti, o presidente enfatizou a necessidade de agir com rapidez para aliviar o sofrimento da população, destacando que a situação no país é resultado de décadas de indiferença em relação às suas reais necessidades. Lula defendeu que o problema haitiano vai além da segurança e requer um enfoque no desenvolvimento.
Lula também ressaltou a falta de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas como um obstáculo à governança global. Ele observou que o Conselho está mais paralisado do que nunca e que alguns países ampliam a sua agenda, trazendo temas que poderiam ser tratados em outros espaços da ONU. O presidente argumentou que a atual configuração do Conselho não é capaz de lidar adequadamente com os problemas do passado, presente e futuro.