
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve revelar um plano para acabar com a guerra na Ucrânia durante a Conferência de Segurança de Munique, que ocorrerá entre os dias 14 e 16 de fevereiro, de acordo com a agência "Bloomberg". O evento, que reunirá aliados internacionais, ocorrerá em um momento significativo: uma semana antes de o conflito completar três anos. O plano será apresentado por Keith Kellogg, assessor especial de Trump para a Ucrânia.
O plano
Embora os detalhes do plano ainda não tenham sido divulgados, a proposta de Trump já gerou grande expectativa, já que o presidente afirmou repetidamente que, se estivesse no comando em 2022, a guerra não teria acontecido. Durante sua campanha, Trump prometeu resolver o conflito de forma rápida, possivelmente assim que assumisse o cargo, ou até antes. Segundo informações da equipe de Trump que circulam nas últimas semanas, o ponto central será a ideia da “paz através da força”, ou seja, pressionar russos e ucranianos ao engajamento diplomático.
Uma das principais diretrizes do plano inclui um cessar-fogo duradouro, que envolveria um congelamento dos combates, inspirado no modelo da guerra civil ucraniana de 2014. A proposta sugere que os territórios ocupados pelos russos sejam colocados em uma espécie de limbo e que garantias de segurança sejam dadas a Kiev para impedir uma nova invasão russa.
Terras Raras
Além disso, o governo Trump indicou que uma possível solução para o financiamento da ajuda militar à Ucrânia poderia estar vinculada à exploração das riquezas minerais do país, como as "terras raras", recursos como lítio e manganês, fundamentais para a indústria eletrônica e de baterias. A exploração desses recursos poderia reduzir a dependência dos Estados Unidos de materiais provenientes da China.
A Ucrânia, por meio do presidente Volodymyr Zelensky, demonstrou interesse na proposta de utilizar seus recursos minerais, o que já fazia parte de um plano anterior para garantir a vitória no conflito. Contudo, as condições da proposta de Trump são alvo de críticas. O chanceler alemão Olaf Scholz qualificou a ideia como "egoísta", e o Kremlin, por meio de Dmitry Peskov, a classificou como uma tentativa de "comprar" a ajuda.
Abertura ao diálogo
Embora o tom de Zelensky tenha suavizado nas últimas semanas, ele afirmou estar aberto à conversa com o presidente russo Vladimir Putin, caso essa seja a única maneira de trazer paz à Ucrânia. Entretanto, a proposta de Trump tem gerado divisões tanto entre os aliados da Ucrânia quanto entre os adversários da Rússia, e as negociações de paz continuam em uma situação instável.
O plano de Trump ainda precisa ser discutido e ajustado, mas promete ser um ponto importante nas negociações internacionais sobre o futuro da guerra na Ucrânia. O diálogo com aliados e adversários será fundamental para a aceitação da proposta e para o possível avanço rumo à paz no país devastado pela invasão russa.