Após as recentes operações policiais que envolveram os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), parlamentares da oposição apresentaram ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), uma proposta para extinguir o foro privilegiado. A iniciativa, no entanto, despertou interesse ao ser motivada por alegações de perseguição por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) de uma suposta "PF paralela".
A discussão em torno do foro privilegiado tem nuances interessantes, pois, embora os parlamentares estejam tomando essa posição motivados por circunstâncias específicas, o debate em si sobre a existência dessa prerrogativa é pertinente.
O foro privilegiado é um tema controverso, e a proposta de eliminá-lo ganha destaque, independentemente das motivações dos parlamentares. Seja por uma atitude correta pelo motivo errado, o debate traz à tona a discussão sobre a necessidade dessa prerrogativa, que, se eliminada, seria uma boa notícia para a transparência e igualdade perante a lei.
Entretanto, é importante notar que, mesmo sem o foro privilegiado, a decisão sobre em qual instância uma investigação ou processo deve correr permanece sob a competência do Judiciário, com o STF como instância máxima. Dessa forma, parlamentares envolvidos em ações que possam ser consideradas crimes contra a democracia continuarão sendo julgados por ministros do Supremo, como no caso de Alexandre de Moraes.
Movimento anti-foro privilegiado
O movimento anti-foro privilegiado liderado pela oposição enfrenta desafios, uma vez que parlamentares não alinhados ao governo Lula não demonstram interesse em abrir mão dessa prerrogativa, que, para quem não atenta contra a democracia, continua sendo considerada um privilégio.
Além disso, há uma preocupação mais evidente entre os não bolsonaristas relacionada à chamada "Abin paralela". O pedido de informações ao STF por Pacheco sobre quais parlamentares foram alvo de espionagem no esquema destaca a apreensão em relação a essa questão.
Outro movimento, também liderado por bolsonaristas, é a proposta de uma PEC para estabelecer que investigações, ações judiciais e mandados de busca e apreensão contra parlamentares só ocorram mediante aprovação das mesas de ambas as casas legislativas. Esta PEC, se aprovada, poderia gerar controvérsias constitucionais e aumentar as tensões políticas.
Em meio a esse cenário, é incerto o sucesso do movimento anti-foro privilegiado, mas a discussão certamente trará mais elementos ao debate sobre as instituições brasileiras e seu equilíbrio entre os poderes.
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