Nesta quinta-feira (24), durante a oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), adotou a mesma postura que demonstrou anteriormente na CPI do 8 de Janeiro. Cid optou por permanecer em silêncio perante os deputados distritais, e, à semelhança do seu depoimento no Congresso Nacional, omitiu um trecho relevante de seu discurso, retirado a partir de instruções de sua defesa.
A CPI dos Atos Golpistas do 8 de Janeiro, conhecida por investigar os ataques vandalistas semelhantes à invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, está atualmente contemplando a possibilidade de oferecer um acordo de delação premiada a Cid. O militar encontra-se sob custódia desde maio, em razão de suspeitas de envolvimento em um esquema de fraude de cartões de vacinação. Além disso, ele enfrenta uma investigação por parte da Polícia Federal (PF) relacionada ao desvio de presentes encaminhados por delegações internacionais a Bolsonaro.
A perspectiva de conceder delações premiadas em âmbito de CPI já existe desde 2013, porém, até o momento, essa medida não havia sido efetivada. A proposta de acordo, caso aceita pelo tenente-coronel e aprovada pelo colegiado da CPI, deverá ser posteriormente homologada pela Justiça. A comissão está buscando diretrizes técnicas para formalizar essa iniciativa, contando com orientações da Advocacia do Senado.
Esta medida não apenas poderia viabilizar uma colaboração mais substancial de Cid no processo de investigação, mas também poderia abrir precedentes para que outros indivíduos sob investigação possam optar por colaborar mediante a apresentação de provas relevantes.
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