Mauro Cid diz que não acreditava em golpe, em depoimento à Polícia Federal

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi questionado sobre mensagens de teor golpista trocada com aliados do ex-presidente

Mauro Cid diz que não acreditava em golpe, em depoimento à Polícia Federal | Adriano Machado
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Na sexta-feira (30), o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi liberado da prisão para prestar um depoimento adicional à Polícia Federal. Desta vez, o depoimento foi relacionado aos atos terroristas que resultaram em danos às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro. 

Durante a oitiva, que teve duração aproximada de quatro horas, o ex-ajudante de ordens afirmou que não acreditava na ocorrência de um golpe para manter Jair Bolsonaro no poder, conforme relatado pela TV Globo. No entanto, as investigações da Polícia Federal indicam que Cid teria reunido documentos com o intuito de buscar apoio jurídico e legal para a eventual execução de um golpe de Estado. 

Além de um documento intitulado "Forças Armadas como poder moderador", que seria um roteiro para convocar novas eleições e afastar ministros do Supremo Tribunal Federal, também foram encontradas no celular do aliado de Bolsonaro mensagens de militares encorajando o ex-presidente a iniciar a tomada de poder, supostamente com amplo apoio do baixo escalão do Exército. 

Mauro Cid chegou às 14h50 na sede da Polícia Federal em Brasília e saiu do prédio por volta das 18h, sem fazer declarações à imprensa. Logo em seguida, seus advogados também deixaram o local. Bernardo Fenelon, um dos advogados, afirmou que a defesa irá se manifestar apenas nos autos do processo, sem dar mais detalhes sobre o caso. O ex-ajudante de ordens está sob prisão desde 3 de maio, e sua defesa havia solicitado a revogação da prisão, que foi negada no último domingo (25) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. 

Além de ser investigado por seu suposto envolvimento em atos golpistas e no planejamento de um golpe de Estado, Cid também é alvo de investigações relacionadas à falsificação de dados da carteira de vacinação de Jair Bolsonaro e seus familiares, bem como no caso das joias sauditas. Na próxima terça-feira (4), Cid comparecerá para prestar um novo depoimento perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os acontecimentos de 8 de janeiro.

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