Enquanto os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos ataques golpistas do 8 de janeiro deliberavam sobre os requerimentos a serem submetidos à votação nesta quinta-feira (03), uma acalorada discussão surgiu entre os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Duda Salabert (PDT-MG). A deputada mineira teve que intervir para separar os ânimos exaltados de seu colega bolsonarista, que se envolvia em uma troca de palavras mais intensa com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Os parlamentares estavam em um canto do plenário deliberando sobre a inclusão de requerimentos em blocos, um procedimento que possibilita a aprovação ou rejeição de múltiplas solicitações de uma vez. No entanto, parece que não houve consenso entre aliados do governo Lula (PT), apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e a mesa diretora da comissão.
De acordo com informações, a deputada Jandira elevou o tom contra o presidente da CPI, Arthur Maia (União-BA), acusando-o de quebrar o acordo entre os parlamentares para favorecer os bolsonaristas. Supostamente, Maia retirou dos blocos um requerimento que visava obter relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) relacionados ao ex-presidente.
Além disso, Maia teria incluído um requerimento apresentado por parlamentares do PL que solicitava a convocação do fotógrafo Adriano Machado, da Reuters, que documentou fotograficamente os ataques aos três poderes. O presidente do comitê teria expressado discordância em relação ao requerimento, porém, por razões regulamentares, optou por mantê-lo no bloco.
Apesar da tensão no ambiente, não houve relatos de agressões físicas entre as partes envolvidas. Salabert destacou que vários parlamentares estavam engajados na discussão, mas os empurrões mencionados não ocorreram. Tanto a assessoria de Nikolas quanto Duda negaram a ocorrência de supostos confrontos físicos.
No decorrer do dia, o comitê aprovou a convocação do hacker Walter Delgatti Neto, que foi detido na quarta-feira (02) em uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga a invasão dos sistemas eletrônicos do Poder Judiciário, alegadamente em colaboração com a deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Três outras pessoas também foram convocadas:
- Cíntia Queiroz de Castro, tenente-coronel da Polícia Militar e subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança do Distrito Federal;
- Marcela da Silva Moraes Pinno, policial militar promovida por "atos de bravura" em 8 de janeiro;
- Luís Marcos dos Reis, sargento do exército preso na investigação sobre a fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Bolsonaro.
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