O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem o Brasil em sua presidência rotativa, terá uma reunião na tarde deste domingo (08), em Nova York, para tratar sobre os violentos ataques terroristas do grupo extremista islâmico Hamas contra civis e militares israelenses que ocorrem desde sábado (07).
Segundo autoridades, quase 800 pessoas morreram, além de milhares feridos e desaparecidos. O terrorismo contra Israel alarmou a comunidade internacional, que tenta evitar uma escalada da violência no Oriente Médio. A ofensiva surpresa, com bombardeios e avanços por terra, é considerada pelas autoridades israelenses como uma das maiores da história do país.
Os esforços e limites da ONU O Brasil, que convocou a reunião de emergência na ONU, condenou os ataques do Hamas, alegou que “não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis” e pediu aos envolvidos para “exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”.
O Conselho da ONU é composto por cinco membros permanentes e com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Outros 10 países fazem parte do Conselho de forma temporária, com mandato de dois anos: Brasil, Albânia, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça.
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre a guerra. Segundo ele, o Brasil "não poupará esforços" para evitar a escalada do conflito no Oriente Médio entre israelenses e palestinos. A ONU pode aprovar um pronunciamento contra o conflito e pedir por negociações de paz.
“Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas [...] O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU [...] Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, declarou o presidente Lula.
À Rede Meio Norte, o brasileiro Samuel Ben Zikri, que mora em Israel, falou que o grupo terrorista não quer acordo de paz, e que semana passada, estes receberam apoios financeiros para “se manter calmo”. O que não aconteceu.
“Ainda esta semana, o Hamas recebeu dinheiro tanto dos Estados Unidos quanto do Catar, para se manter calmo. Além do mais, está sendo assinado a normatização de Israel com o mundo Árabe. O Irã, que não tem interesse em ter essa normatização, financia esses ataques terroristas, tanto na Síria, no Líbano, e em Gaza, ou seja, o maior responsável é o Irã, que não tem interesse nessa paz, o problema é unicamente religioso. Então não existe interesse do Hamas nesta paz, que nós tanto almejamos”, explicou o guia brasileiro em Israel, Samuel Ben Zikri.
A ação dos extremistas surpreendeu a inteligência do governo israelense, que não conseguiu antecipar o ataque e permitiu, dessa forma, que diversos pontos mais distantes da Faixa de Gaza fossem invadidos. Os terroristas invadiram o território de Israel em mais de 20 pontos e iniciaram os ataques.
LÍDERES MUNDIAIS DECLARAM APOIO A ISRAEL
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou o apoio americano e o direito à defesa israelense. “Nunca há justificativa para ataques terroristas e o apoio da minha administração à segurança de Israel é sólido e inabalável”, continuou o presidente americano. Biden pontuou que este não é o momento para que “partes hostis a Israel” aproveitem a situação para obter vantagem.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se pronunciou duramente sobre os ataques. Ele pediu que “todos os esforços diplomáticos” sejam feitos para evitar a escalada da violência. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, definiu os “ataques hediondos” como “terrorismo na sua forma mais desprezível”. “Condeno inequivocamente o ataque realizado pelos terroristas do Hamas contra Israel”, destacou.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu comunicado em que pede pelo cessar-fogo. “Pedimos aos lados palestino e israelense que implementem um cessar-fogo imediato, renuncie à violência e exercite a contenção necessária e estabeleçam, com a ajuda da comunidade internacional, um processo de negociação destinado a estabelecer a paz ampla, duradoura e há muito aguardada no Oriente Médio”, diz o pronunciamento.