Victor Gabriel Oliveira, de 24 anos, um dos quatro suspeitos de participação na morte da cantora gospel Sara Mariano, falou sobre a atuação dele na execução do crime. Ele diz estar arrependido, mas afirma ter se sentido ameaçado para manter silêncio. O rapaz já tinha confessado à polícia a participação no ato.
Em uma entrevista dada à TV Bahia, Victor contou que frequentava a mesma igreja de Weslen Pablo Correia de Jesus, o Bispo Zadoque. Em um certo dia, os dois estavam em um estúdio de gravações de vídeos, administrado por Ederlan Santos Mariano, marido da vítima, apontado como mandante do assassinato. Lá, ele narra que ouviu todo o planejamento do crime.
"Foi lá [no estúdio] que ele (Ederlan) falou desse plano [de matar Sara]. Ele (Ederlan) conversou com o Bispo Zadoque, e aí eu estava no meio e não tive como escutar, mas o trato dele foi com o Bispo Zadoque" disse o suspeito.
Ainda segundo contou Victor, nessa mesma ocasião, Ederlan definiu os valores que seriam pagos ao Bispo Zadoque pela execução. A princípio, cada uma recebe uma quantia entre R$ 200 e R$ 900. No entanto, os valores estariam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, caso, após o crime, os envolvidos encontrassem dinheiros da vítima guardados.
No dia combinado, de acordo com Victor, primeiro o motorista por aplicativo Gideão Duarte levou ele e o Bispo Zadoque para o local onde Sara foi morta, às margens da BA-093, em Dias D'Ávila, também na RMS. O suspeito reforçou que imobilizou a vítima, para a matarem.
"No momento do ato, que o Zadoque desceu com a vítima, eu ouvi só os gritos deles. Eles gritaram, gritaram pedindo ajuda para ir lá. Eu desci [do carro], e ele [Bispo Zadoque] já estava no chão mais (sic) ela. Eu só fiz segurar o braço dela", afirmou Victor.
Durante a entrevista, Victor Gabriel Oliveira chorou e se disse arrependido do que fez. "Eu já estava lá, não tinha como voltar atrás", afirmou, ponderando que pensou em desistir, contudo, se sentiu coagido. (Clique aqui, e veja como participou cada um no crime).
ENVOLVIDOS
De acordo com a Polícia Civil da Bahia, os envolvidos foram identificados como Ederlan Santos Mariano, marido da vítima, apontado como mandante do assassinato; Weslen Pablo Correia de Jesus (bispo); Gideão Duarte (motorista por aplicativo); e Victor Gabriel de Oliveira. Os três admitiram o recebimento dos valores em acareação realizada na quinta-feira (16), na delegacia de Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), responsável pelas investigações do caso.
Além dos três envolvidos diretamente na execução de Sara Mariano, outro homem identificado como "cantor Davi Oliveira" aparece na divisão do dinheiro. Segundo os suspeitos, ele recebeu R$ 200 como "cortesia", porque sabia do plano para matar Sara Mariano, mas não participou de nenhuma fase do crime. (Clique aqui, e veja como participou cada um no crime).